quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quick pass #9 - Flávio Cardia, diretor executivo da AFAB


Em mais um entrevista EXCLUSIVA, o Play-action NFL conversou com Flávio "Skin" Cardia, diretor executivo da AFAB. Cardia, que foi recentemente eleito, falou da confusão das eleições e mostrou transparência ao afirmar que assumiu a entidade com R$ 3 mil negativos. "Pretendemos quitar a dívida ainda esse ano".


Como foram as eleições da AFAB?
Foram bem tumultuadas, faltando um pouco de comunicação e transparência. As regras não eram muito bem definidas, não tinha muita coisa em estatuto. Então, nem as entidades filiadas estavam sabendo muito como seria, muitas não sabiam nem se eram filiadas ou não. Como existia um regulamento de boca, ninguém sabia que as pessoas não podiam se auto-candidatar, que precisava haver a indicação de alguém.

Como isso te prejudicou?
Eu me auto-candidatei com o apoio da Liga Paulista. Mesmo com esse apoio, eu tive minha candidatura negada. Tive que fazer um recurso e eles voltaram atrás, aí pude sair candidato. Porém, na hora da eleição, fui com cinco procurações na mão, todas para votar em mim, e eles não aceitaram, alegando um motivo em cada uma. No fim, só duas entidades puderam votar, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Como cada uma votou em um candidato, tudo acabou decidido na moedinha.

Quanto tempo você terá de gestão?
Dois anos, mas já perdi três meses. Já vamos entrar em abril e ainda não foi registrada a ata da eleição.

Qual a experiência administrativa que você pode trazer para a AFAB?
Eu já fui diretor de time de praia, criei e fui diretor do Fluminense Imperadores, primeiro time de grama do Rio. Fui diretor do primeiro Torneio Touchdown e fui vice-presidente da LBFA, então já faz dez anos que estou dirigindo times, depois ligas, campeonatos...

Qual foi a importância desse evento?
Está sendo muito bom ver as pessoas aprendendo com técnicos de verdade. Porque, até agora, tudo o que a gente sabe no Brasil foi de procurar na internet, de ver vídeos, de tentar ler um livro. Nunca teve nenhum profissional explicando isso.

Quanto a Associação investiu de dinheiro no AFAB Coaching Season 2011?
Nenhum. A IFAF (Federação Internacional de Futebol Americano) enviou US$10 mil (cerca de R$ 16 mil) para ajudar na organização do evento. Com toda essa confusão, a AFAB não tem nenhum orçamento, tanto que eu peguei a diretoria já com R$ 3 mil negativo.

E você já tem um projeto para quitar a dívida?
Eu já fiz uma proposta de orçamento para mostrar para as dez entidades filiadas que será possível pagar esses R$ 3 mil negativos e fazer o básico para esse ano, que é pagar a IFAF e o site, que são coisas básicas, mas tem que ter funcionando. Todos os outros projetos, como escolinhas, clínicas sobre o futebol americano, a seleção brasileira... Qualquer coisa que a gente fizer vai ser um orçamento separado, não vai ser essa anuidade das Federações.

Quais são os planos da AFAB para ficar mais próxima do nordeste e do norte?
A eleição do Alysson para diretor jurídico vai ser ótima para isso, pois ele era o presidente da ANEFA (Associação Nordestina de Futebol Americano). A ideia de fusão já estava sendo discutida antes da eleição e, como eu ganhei a diretoria executiva e ele a jurídica, já está certo que os times da ANEFA vão se filiar a AFAB. A Federação do Amazonas já é filiada e estamos conversando com os times que estão surgindo no Norte.

Quanto tempo até fazer um torneio que una o norte, o nordeste, o sul, o centro e o sudeste do Brasil?
Um campeonato com todos esses times... A gente primeiro precisa saber se eles querem. Depois, a gente precisa achar um formato. Talvez um com primeira, segunda divisão, fazer uma chave em cada região e fazer os campeões dessas regiões jogarem um mata-mata para chegar ao campeão... São possibilidades que temos que discutir, desde que as equipes queiram fazer isso.

O que vocês pretendem fazer para atrair os jovens para o esporte?
A AFAB ainda não tem nenhuma diretoria voltada para isso, mas a gente tem conversado com alguns especialistas sobre o assunto e a ideia é criar uma só para isso, para a base. Incentivar os times que temos no Brasil a ter uma categoria sub-19, sub-17, formando, assim, jogadores mais jovens.

Vocês consideram uma unificação com o Touchdown?
A AFAB é a entidade máxima do futebol americano, não tem nada a ver com Liga. O que a gente pode fazer é organizar um campeonato único com a supervisão da AFAB, tirando um pouco tanto da LBFA quanto do Torneio Touchdown.


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