sábado, 9 de abril de 2011

NFL's Chronicles #5 - Carolina Panthers


Por conta do AFAB Coaching Season 2011, evento que trouxe conhecimentos técnicos ao futebol americano no Brasil, nós atrasamos o NFL's Chronicles, mas não se preocupe. Nesse fim de semana você conhecerá a história de dois times. Hoje, descubra como nasceu o Carolina Panthers, uma das franquias mais novas e mais surpreendentes da NFL.


Em 1987, pouco depois da cidade de Charlotte receber o direito de ter uma franquia da NBA (o Charlotte Hornets, que inclusive já saiu da cidade), Jerry Richardson, ex-jogador do Baltimore Colts, se encontrou com um grupo de possíveis investidores para tentar conquistar o direito de ter uma franquia de futebol americano que representasse tanto a Carolina do Norte quanto a do Sul. Para estimulá-los, a Richardson Sports, empresa do ex-atleta, anunciou que iria construir em Charlotte um estádio para mais de 70 mil pessoas.

O anúncio de Richardson causou alvoroço na região. Políticos, empresários, cidadãos... Todos se juntaram para mostrar à NFL que a cidade poderia ter um time. Até rivais políticos, como os senadores Jesse Helms, da Carolina do Norte, e Ernest Hollings, da Carolina do Sul, colocaram suas diferenças de lado para tentar convencer a Liga de futebol americano profissional.

Com isso, jogos de pré-temporada aconteceram na região entre 89 e 91, todos com lotação máxima. Então, em 92, a NFL liberou uma lista de cinco áreas com potencial para receber uma franquia: Baltimore, em Maryland; St. Louis, no Missouri; Memphis, no Tennessee; Jacksonville, na Florida; e as Carolinas, representadas por Charlotte.

Em junho de 93, a Richardson Sports anunciou que eles financiariam o estádio através da venda de cadeiras cativas. Para os fãs mostrarem seu comprometimento, todos os lugares foram vendidos no primeiro dia! Não teve jeito. Em outubro do mesmo ano, a NFL anunciou que as Carolinas venceram por votação unânime, se tornando a primeira franquia a entrar na Liga desde 1976.

O Carolina Panthers assinou com Dom Capers para ser seu primeiro head coach, fazendo sua temporada de estreia em 1995. E logo mostrou que não estava de brincadeira. Aproveitando algo que nenhuma outra franquia novata jamais tinha usado, o free agency (jogadores livres), os Panthers contrataram bons jogadores, como o wide receiver Don Beebe e o linebacker Sam Mills. Com isso, conseguiram alguns feitos históricos.

Apesar de ter perdido os cinco primeiros jogos, Carolina venceu quatro jogos consecutivos, um recorde para um time em expansão. Depois, conseguiu um feito inédito para uma franquia estreante: derrotaram os atuais campeões do Super Bowl, o San Francisco 49ers. Por fim, os Panthers fecharam a temporada com sete vitórias, outro recorde para uma equipe novata.

Em 1996 o desempenho dos Panthers foi melhor ainda, vencendo 12 partidas e perdendo apenas quatro, conquistando o título da sua divisão e chegando, inclusive, à final da Conferência. Contudo, eles caíram para o Green Bay Packers, que venceriam o Super Bowl XXXI, por 30-13.

Apesar do começo avassalador, as temporadas seguintes, 97 e 98, foram decepcionantes. A equipe não conseguiu voltar aos playoffs, marcando em 98 apenas quatro vitórias. Com isso, Dom Capers foi demitido após quatro temporadas, duas de sucesso e duas de fracasso. Porém, como diz o ditado: ruim com ele, pior sem ele.

George Seifert foi contratado com dois Super Bowls no currículo, ambos pelo San Francisco 49ers. Em sua primeira temporada não foi mal, oito vitórias e oito derrotas. Contudo, em 2000 e 2001...

Em 2000 a equipe marcou 7-9, mesmo número de sua temporada de estreia e, em 2001, o desastre: uma vitória e quinze derrotas! Algumas explicações tentam ser dadas até hoje para uma campanha tão ruim. A principal delas é a liberação do quarterback Steve Beuerlein. O experiente jogador saiu da equipe ainda na off-season e o time ficou nas mãos de Jeff Lewis, que também foi liberado depois de fazer jogos terríveis na pré-temporada. Com isso, o rookie (calouro) Chris Weinke assumiu a posição. Sem experiência nenhuma, ele sentiu a pressão e não foi o líder que a equipe precisava.

No fundo do poço, os Panthers trouxeram o coordenador de defesa do New York Giants para ser o novo head coach. E o time mudou da água para o vinho.

Mostrando que queria uma defesa sólida, o treinador escolheu o defensive end Julius Peppers no Draft. Junto com Bentson Buckner, Mike Rucker e Kris Jenkins, ele formaria uma das melhoras linhas defensivas do futebol americano.

Em 2002, a equipe faria mais uma vez 7-9. Contudo, em 2003, viria a redenção. Já que a defesa já não era mais problema, os Panthers reforçaram seu ataque, com nomes como o running back Stephen Davies e o quarterback Jake Delhomme. O QB acabou substituindo o titular Rodney Peete no meio da temporada e o Carolina conseguiu 11 vitórias e cinco derrotas, voltando aos playoffs.

Primeiro, eles derrotaram facilmente o Dallas Cowboys por 29-10. Depois só foi pedreira. Os Panthers precisaram de duas prorrogações para passar pelo St. Louis Rams e, contra o Philadelphia Eagles, venceram por 14-3 e, então, veio o New England Patriots.

Uma das finais mais disputadas da história do futebol americano. Os Panthers mostraram que aquele poderia ser o ano deles. Porém, quando o jogo estava empatado em 29 a 29 faltando quatro segundos para o fim, Adam Vinatieri acertou um field gol de 41 jardas e garantiu o título para os Patriots.

Depois disso, o time conseguiu boas campanhas em 2005 e 2008, mas não chegou mais a grande final e, em 2010, John Fox viu seu tempo como head coach dos Panthers acabar após vencer apenas dois jogos na temporada regular. Com a chegada de Ron Rivera, os fãs do time esperam que ele possa fazer o mesmo que Fox fez quando assumiu: tirar o time do buraco e colocá-lo no Super Bowl.

Curiosidades:
- Os Panthers foram quatro vezes aos playoffs : 1996, 2003, 2005, 2008;

- O primeiro jogo foi contra o Jacksonville Jaguars, franquia que surgiu um mês após o nascimento do Carolina. O jogo ficou conhecido como “Battle of the Big Cats" (A batalha dos gatões), e os Panthers venceram por 20-14;

- Em 2003, Carolina ganhou o apelido de "Cardiac Cats" (Gatos cardíacos), porque venceu a grande maioria de seus jogos nos minutos finais;

- Os Panthers tem uma toalha que os torcedores levam ao estádio para torcer para o time chamada de Growl Towel. Ela é muito semelhante a Terrible Towel, do Pittsburgh Steelers;

- Os Panthers tem o número 51 aposentado em homenagem ao linebacker Sam Mills, que jogou no time entre 95 e 97.

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