sábado, 16 de abril de 2011

NFL's Chronicles #7 - Cincinnati Bengals


Mais uma semana se passou e, com isso, mais um NFL's Chronicles. Dessa vez falaremos sobre Cincinnati Bengals, time da NFL (liga de futebol americano profissional) fundado em 1968 e um tanto quanto coadjuvante nos dias de hoje.


Em 1967, um grupo de investidores liderados por Paul Brown conseguiu uma franquia na American Football League (AFC). Pouco tempo antes, Brown havia deixado o Cleveland Browns, clube que ajudou a fundar e foi técnico entre 1946 e 1962. Nessa época, ajudou no crescimento do futebol americano, ganhando sete campeonatos. Porém, em 61, ele vendeu a maioria das ações para o empresário Art Modell, mas continuou como treinador.

Contudo, o relacionamento entre Modell e o head coach nunca foi dos melhores e, em 1963, Brown foi demitido.

Três anos depois, em 66, Brown decidiu que gostaria de se envolver com o futebol americano mais uma vez. Então, James A. Rhodes, governador de Ohio na época, convenceu o treinador a ser uma das cabeças do novo time da cidade, que se juntaria a AFL.

Brown nunca apoiou a liga rival e só aceitou ajudar a franquia quando percebeu que a união entre a NFL e a AFL era iminente. Assim que aceitou, começou a trabalhar. A primeira coisa que fez foi escolher o nome "Bengals", pois queria que a equipe tivesse ligação com o passado da cidade (Entre 37 e 42, existiu um time com o mesmo nome).

Depois, assumiu como técnico em seus primeiros anos. Em 68 e 69, os Bengals jogaram no estádio da Universidade de Cincinnati, mas, em 1970, o governador ajudou a franquia a ter a própria casa, o Riverfront Stadium. Ele foi construído para abrigar tanto os Bengals quanto o time de baseball da cidade, o Cincinnati Reds.

Nessa década, a franquia chegou três vezes aos playoffs, porém, não conseguiu vencer um jogo sequer na pós-temporada e teve que esperara até os anos 80 para ver as coisas melhorarem. E melhoraram muito!

Sob a batuta do head coach Forrest Greg, a franquia realizou uma surpreendente campanha em 81 após ter feito uma temporada pífia em 80, quando venceu apenas seis vezes. O time renasceu na NFL junto com seu quarterback, Ken Anderson.

Quarterbacl Ken Anderson.

Depois de algumas temporadas ruins, onde sofreu com lesões e sua teve sua habilidade contestada, Anderson ressurgiu em 81, mas com muito custo. No primeiro jogo da temporada, contra o Seattle Seahawks, ele foi interceptado três vezes no primeiro tempo e deixou seu time perdendo por 21-0. Na etapa final, ele foi substituído por Turk Schonert, que virou o jogo para 27-21.

Tudo levava a crer que Anderson se tornaria reserva, mas uma conversa com Forrest Greg o manteve entre os titulares. Que escolha! O QB virou um monstro, acertando 62% de seus passes e fechando o ano como MVP (Most Valuable Player). Agora, eram os playoffs.

Os Bengals nunca haviam vencido uma partida sequer nos jogos decisivos, mas também Anderson nunca esteve tão inspirado. O QB foi eliminando todos os adversários, até tornar o time campeão da AFC, batendo o San Diego Chargers por 27-7. O time estava no Super Bowl pela primeira vez e contava com um dos melhores quarterbacks da Liga. Contudo, havia um QB do outro lado, e seu nome viraria lenda: Joe Montana.

Apesar de terem feito um grande jogo, o Cincinnati Bengals não foi páreo para o San Francisco 49ers, que venceu por 26-21.

A temporada foi um sucesso, mas outro apagão viria. O time não voltou mais para os playoffs e, em 84, Forrest Greg foi demitido. Além disso, Ken Anderson se aposentou em 86. E agora?

A equipe havia contratado Sam Wyche para ser o head coach e Boomer Esiason assumiu como QB titular. Dois bons valores e com muito potencial, mas um porém: os dois se odiavam.

Isso se resolveu apenas na greve de 87. Os dois aproveitaram para colocar suas diferenças de lado e, em 88, aconteceu a exata repetição da temporada de 81: Campanha supreendente após uma temporada pífia, quarterback eleito o MVP da temporada e San Francisco 49ers na final do Super Bowl. Resultado? O mesmo, mais uma derrota, dessa vez por 20 a 16.

Desde então, o time virou coadjuvante do futebol americano profissional e sua principal conquista foi o Paul Brown Stadium, fundado em 2000. Hoje, conta com Carson Palmer e Chad "Ochocinco" Johnson para tentar repetir os feitos dos anos 80, mas dessa vez com um final diferente.

Curiosidades:

- Os Bengals foram nove vezes aos playoffs: 1970, 1973, 1975, 1981, 1982, 1988, 1990, 2005, 2009;
- Muitos dizem que para provocar Art Modell, Paul Brown escolheu as mesmas cores do Cleveland;
- O mascote é um Tigre-de-Bengala (Bengal Tiger). Daí o nome do time;
- Em 1970, quando a AFL e a NFL se fundiram, o Cleveland Browns parou na mesma divisão dos Bengals, criando uma rivalidade instantânea por conta de Art Modell e Paul Brown;
- Bill Wash, assistente técnico dos Bengals, criou a West Cost Offense, que privilegia avanços em passes curtos. Mais tarde, ele se tornaria head coach dos 49ers;
- A zone blitz, forma de se defender da West Coast Offense, também foi criada em Cincinnati, pelo coordenador de defesa Dick LeBeau, hoje no Pittsburgh Steelers;
- A final da AFC contra o San Diego Chargers em 81 ficou conhecida como freezer bowl. O jogo aconteceu a uma temperatura de -23ºC e com o vento com mais de 40km/h.

Veja um mini-documentário sobre a campanha de 81 – em inglês:



Quer ficar por dentro do que rola no futebol americano? Então siga o Play-action NFL no Twitter e curta nossa página no Facebook.

Nenhum comentário:

Postar um comentário