Elas também querem jogar!

Não são apenas os homens que jogam futebol americano aqui no Brasil, as mulheres também tem vez. Fomos até o Parque Ibirapuera, na capital paulista, acompanhar o treino do time feminino do São Paulo Spartans. Descubra agora como funciona a equipe que venceu dois campeonatos ano passado. Mais uma EXCLUSIVIDADE do Play-action NFL.

Todo sábado, às 12h, cerca de dez meninas se reúnem perto do obelisco do Parque do Ibirapuera para treinar o Flag Football. Sim, as garotas aproveitam sua tarde de sábado para treinar futebol americano. "Fui convidada por uma amiga para jogar no em um time, mas ele acabou. Então, entrei no site dos Spartans e falei com a Beta, que é capítã e manager. Ela me convidou e estou aqui", contou a center Baah.

A equipe começou em 2009 a partir da vontade de algumas meninas que cansaram de apenas assistir. "“Há uns dois anos e meio, umas três meninas costumavam acompanhar o irmão, o namorado ou o amigo que jogava aqui no Spartans", explica Maísa Oliveira, que treinou até com os meninos quando ainda não existia um time para as mulheres. “Depois, o número aumentou para quatro, então a gente conseguiu formar sete e fez uma primeira apresentação quando chegamos a onze meninas”, completou.

Mas não pense que as moças têm moleza por ser o "sexo mais frágil". Elas têm que suar... E muito! "A gente começa com a parte do aquecimento e do alongamento. Depois passa para o treino físico, que envolve explosão, agilidade, força... Depende do programa que iremos trabalhar no dia" explica o técnico Roberto Spinelli, mais conhecido como Pena.

Além do treino físico, as garotas passam por um treino técnico, aprimorando os fundamentos do futebol americano; um treino específico, onde elas têm que tirar a flag; um treino de recepção, um de posicionamento e, no final, um coletivo para relaxar. Parece muito? Não para um time que se acostumou a ser campeão.

"Ano passado, aconteceram dois campeonatos. O primeiro foi o Challenge Weekend, que foi em um fim de semana onde todos os times se enfrentavam até sair um campeão. Participaram Spartans, Locomotives, Rhinos e Pirates, sendo que nós saímos campeões", afirmou o treinador.

"Depois houve um torneio longo, com várias rodadas, onde todo mundo se enfrentava três vezes. Era Rhinos, Spartans e Locomotives, pois os Pirates tinham acabado. Perdemos apenas um jogo e saímos campeões mais uma vez".

Apesar da superioridade, o time sofre com a falta de jogadoras. "Como a gente tem pouca menina, muitas vezes temos que jogar em duas posições", afirmou a DL Maísa. Contudo, ela também vê uma vantagem nisso "Por conta disso, a gente acaba tendo uma linha de defesa e uma linha de ataque muito boa e todas sabem bem como a defesa e como o ataque adversário pode se movimentar".

Hoje, a principal preocupação das meninas é sobre o torneio deste ano, que segue indefinido. "A AFAB disse que vai organizar um, mas até agora não apareceu nada. Caso não organizem, queremos fazer um já no meio deste ano", afirmou Pena.

Quem se interessar, é só aparecer no "pé" do Obelisco, perto do parque do Ibirapuera, em São Paulo. Quem não puder, o time também treina aos domingo em Guarulhos. "A gente treina dois dias exatamente para isso, para quem não puder ir em um dia vá no outro", afirmou o treinador.

Matéria por Fábio Gomes e Gilberto Rodrigues.

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